terça-feira, 1 de setembro de 2009

Los Topes!!!

A música de bob a tocar, as janelas abertas que permitem a entrada de ar naquele fim de tarde, em mais um regresso de Mérida...destino...claro...Sisal Beach... depois de passar pelo periférico da cidade, a saída para Sisal apresenta-se.... placas indicam os povos pelos quais temos que passar... Caucel, Ucu (sim, sim... é mesmo Ucu), Hunucma, e claro Sisal que está escrito numa placa azul com a palmeira símbolo de praia... são 51 kms pela frente...44 minutos se fazem.... seria uma viagem tranquila, podia ser sempre uma viagem tranquila..mas não é... os amigos esperam-nos, símbolo de segurança, paciência, diversão (aqui tudo é diversão)... e de muito mais...os topes estão lá...34 até Sisal...(média de 0,6/km)... estas lombas, senhoras lombas que obrigam qualquer veículo a abrandar podem ter vários aspectos....materiais de construção... a diversidade e originalidade domina... alcatrão, cimento, cordas dos pescadores, cones de metal.. enfim, para todos os gostos.... mas sabem...obrigam a fazer a viagem sempre bem devagarinho, mas não chateia... que seria da viagem sem os abrandamentos à entrada das escolas, para ver os estudantes e suas fardas.... sem o “buenas tardes” que se diz às pessoas que aproveitam o facto de os carros terem que praticamente parar, para vender aos condutores todo o tipo de frutas, sempre com chile, o jornal, flores, sumos, enfim de tudo... que seria da viagem sem aquele tope que está mesmo em frente a uma loja (“La pequeña”) que tem uma rapariga lá a trabalhar, que faz daquele tope o mais demorado a transpor... sem topes não haveria tempo para reparar naquela senhora sentada à porta de sua casa com a camisa branca com flores, com as suas rugas, que formam rasgos de sombra no seu rosto...mas que é o mais puro e lindo símbolo da mulher yucateca...as casas feitas de pura pedra pintada de branco com a palapa (folhas de coqueiro) como telhado, as lojas (sem meninas bonitas), as oficinas de mecânica em que não se percebe se o negro dominante é de óleo ou da pura terra que constituí o piso, as iguanas em cima dos muros, o quotidiano do povo, o cartaz ou pintura que caracterizam as paredes das “tiendas”, os mototáxis que se ultrapassam a tal velocidade que temos tempo para analisar bem todas as modificações que eles aqui têm o hábito de fazer para tornar uma mota no transporte de uma família inteira... tanta coisa que se perdia, se não fossem os topes....não, não os tirem, mas também não façam mais!!! Apesar do carocha raspar sempre, por muito devagar que passe, eles fazem parte, nós já os conhecemos e eles a nós, já fazem parte das marcas, das recordações... e claro aqueles sorrisos quando algum é esquecido, e..... lá dá o carro um salto!!
CUIDADO TOPEEEEEEE!!!!!!
Podiam ser a merda de umas lombas, noutro lado seriam definitivamente a merda de umas lombas irritantes....mas não, aqui não...já imaginaram a vida dos velhotes, sem os topes, que se sentam a porta de suas casas só para verem os carros a passar pelas elevações de abrandamento da via pública!!!?? Tudo na vida existe por alguma razão... os topes não são excepção....
Até por causa de uns topes se vive estupidamente feliz....

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